quinta-feira, 28 de abril de 2011

O mundo sem internet?

As crianças e os adolescentes de hoje em dia não conseguem, se quer imaginar o mundo sem a internet. Não que eles não tenham capacidade, mas não conseguem porque não viveram em um mundo sem internet. A geração de seus pais e avós talvez sejam uma espécie em extinção, pois, nasceram antes da década de 80 quando ainda não havia tido a explosão deste fenômeno mundial.


Se pararmos para pensar, veremos que todas as pessoas que nasceram antes dos anos 80 tiveram este “precioso” privilégio, que de agora em diante ninguém mais terá. Estas pessoas, e me incluo também, conheceram dois mundos: o mundo antes e o mundo depois da internet!

No mundo antes da internet, sabíamos que qualquer documento tinha que ser enviado pelo correio. As notícias chegavam pelo rádio, TV ou jornal. Procuravamos o telefone de alguém na gigantesca lista telefônica e o endereço no Guia de Ruas. Pesquisavamos qualquer tema de trabalho escolar na respeitada Enciclopédia Barsa (também era muito respeitada a família que possuísse uma na estante de sua sala). Enfim, o mundo era mais concreto e mais lento e, óbviamente, isso tinha suas vantagens e desvantagens.

Até mesmo a noção de distância era outra, porque as cartas demoravam para ir e custavam para voltar com as notícias de alguém distante. Isso nos dava a noção do quão longe alguém estava. Até mesmo as conversas eram mais longas e para encontrarmos alguém tínhamos que marcar hora e lugar. As fotos eram reveladas e só então, podíamos ver o que havia sido fotografado. Este mundo sem a internet virou história para contar aos jovens que não o vivenciaram e por isso, não conseguem imaginá-lo.

Dificuldade semelhante também tivemos para imaginar o mundo com a internet. E é surpreendente pensarmos que os motivos do seu surgimento estavam bem longe desta verdadeira transformaçào mundial que ocasionou. No final dos anos 50, os militares americanos começaram a utilizar um meio informatizado para desenvolver projetos em conjunto e à distância. Em 1969 incluiram as universidades americanas e depois outras redes paralelas o que promoveu o nome: internet (redes interligadas) capaz de se comunicar com qualquer computador. Daí em diante, tudo mudou.

Surgiu o grande “sábio” chamado Google, que nos responde o que quer que seja. O Facebook nos permite encontrar alguém distante e nos surpreender com o fato de que temos amigos em comum que nunca antes imaginávamos. O mundo ficou tão pequeno e tão conectado! Talvez nunca antes tenhamos nos sentido tão “interligados” como se estivéssemos numa grande “rede social”.

Esta sensação de pertencimento a este mundo virtual tão pequeno é desconhecida pelas antigas gerações. O que elas puderam testemunhar foi um mundo mais real e muito grande. Assim como, é desconhecido para as gerações pós-internet todas estas experiências não-virtuais. Mas de tudo, o que nunca pode desaparecer é o intercâmbio de experiências entre as gerações. Contar histórias sempre foi uma atividade que contribui muito para o desenvolvimento humano. E é através das histórias, dos diálogos, do relacionamento com nossas crianças e adolescentes que, vamos ensinando a realidade de um mundo que existe além da tela do computador.