Para isso, os pais precisam resgatar a vivência da sua própria adolescência e, ao fazerem isso, perceberem quais foram as suas dificuldades, como lidaram com os conflitos entre as gerações e o que ficou, para eles, desta fase.
Alguns irão reviver sua adolescência com certa nostalgia e alegria pelo que puderam fazer e descobrir naqueles tempos. Outros, no entanto, ao reviverem este período, entraram em contato com marcas profundas de angústia e repressão.
Por sua vez, os adolescentes estão lidando com as descobertas, com as dúvidas, com as inúmeras mudanças físicas e psicológicas e, nem sempre se sentem a vontade no relacionamento familiar.
As recordações e preocupações cotidianas dos pais e a intensa transformação dos filhos, podem ocasionar um desgaste expressivo na relação familiar, contaminando também, o relacionamento do adolescente consigo mesmo e com o mundo externo. Isso tudo acaba gerando uma tempestade de emoções mal resolvidas para ambos os lados: pais e filhos.
Reconhecer tais dificuldades já é um grande passo. Buscar ajuda é outro enorme. Antigamente, as famílias se reuniam mais e trocavam idéias a respeito da educação dos filhos. Além de perceberem que não estavam sozinhos, os pais recebiam apoio e muitas vezes, soluções para algum conflito semelhante ao que também ocorria em outras famílias.
É preciso buscar estas conversas entre os pais, seja na igreja, no clube ou na escola. Também é possível contar com a ajuda de um psicólogo para melhorar o relacionamento familiar. Tanto os pais, como os adolescentes, se beneficiam muito de uma terapia (familiar ou individual).
A terapia é um espaço que se cria para falar dos problemas, das dúvidas e dos sentimentos. O intuito é promover a comunicação familiar - propiciar o diálogo franco e construtivo; equilibrar as emoções - fortalecendo pais e filhos para lidarem da melhor maneira possível com os conflitos e fortalecer o amor para que, através dele, cada um possa crescer, fazer suas escolhas e ser responsável por elas.