sexta-feira, 16 de março de 2012

Mulheres modernas: qual é o seu papel?



Antigamente, as mulheres se dedicavam a cuidar da casa, dos filhos e do marido - figura autoritária, provedor, ao qual, todos deviam obediência. A mulher era tida como o sexo frágil, dependente - passava das mãos do pai para as mãos do marido: como ilustrado nas cerimônias de casamento, onde o pai entrega sua filha ao noivo que a aguarda no altar.

            As mulheres eram criadas para serem esposas e mães. E isso bastava para uma “boa moça”: ser uma esposa fiel, obediente ao marido e boa “parideira”, ou seja, que tivesse muitos filhos “varões”. O papel da mulher era bem definido: cuidar da casa e da família. Mas por conta das guerras e após a Revolução Industrial muita coisa mudou. Por necessidade ou por vontade, as mulheres começaram a trabalhar fora e foram se tornando cada vez mais independentes e atuantes no mercado de trabalho.

            O sucesso profissional tem sido obtido em várias áreas, inclusive, aquelas em que eram, tradicionalmente, do domínio masculino. Mas mesmo depois de tantos anos de conquistas trabalhistas, de mais espaço na sociedade e de liberdade, as mulheres sentem-se desvalorizadas, inseguras e carentes. Qual é o papel da mulher moderna?

Desde o inicio, mudar de uma identidade dependente para uma identidade mais autônoma não foi nada fácil. Para manterem-se atuantes no mercado de trabalho altamente competitivo, as mulheres – antes totalmente adaptadas ao seu universo feminino da casa e da família - tiveram que atenuar algumas de suas características femininas (tais como: sensibilidade, vinculação, capacidade de cuidar) e exaltar algumas características mais masculinas (por exemplo: força, coragem e objetividade).

Tal mudança trouxe para as mulheres: firmeza e determinação, possibilidade de fazer escolhas e assumir suas responsabilidades, independência etc. Mas por terem que se adaptar a um universo diferente, por terem que encarar a competitividade do mercado e os desafios de sobreviver ao dia-a-dia, as mulheres estão talvez reforçando, aquilo que historicamente lutaram contra: a depreciação do feminino.

As qualidades femininas sempre foram tidas como “inferiores” ou associadas a fraquezas. Tal discriminação prejudica tanto os homens, haja vista que para eles expressar seus sentimentos é uma forma de demonstrar fraqueza e não sensibilidade – e também, as mulheres, que passaram a acreditar na inferioridade do que sentem, no demérito de sua capacidade de cuidar e de se relacionar e se empenharam em crer na idéia de que o importante é: “aguentar firme feito um homem” se quiser ter seu lugar ao sol.

As mulheres estão enfraquecendo sua essência feminina ao deixar de lado sua sensibilidade, ao deixar de se relacionar e de cuidar do outro. A consequência disso é o fracasso nos relacionamentos e o surgimento da luta pelo poder: o poder de dominação do outro. E talvez, por abandonar sua essência feminina, o vazio interior está sendo preenchido pela ansiedade e depressão.

O papel da mulher moderna não pode se resumir a uma luta de poder, mas há uma reivindicação do seu valor e de sua autoridade como indivíduo competente. A mulher moderna pode (e deve) aprimorar-se como um todo, mas sem desvalorizar sua essência feminina. Seu desafio é desenvolver a confiança em si mesmo e integrar sua sensibilidade e sua capacidade de cuidar de si e do outro, não só no universo feminino da casa e da família, mas também, no mercado de trabalho e na vida como um todo.